19
Jun 09

Este texto encontrei num blog de um desses sites de conversação e amizade e que aqui de seguida transcrevo contem alguma linguagem algo vernácula que desde já peço desculpas aquelas pessoas mais sensíveis mas que penso que o estado actual das coisas assim nos obriga e depois de ouvirmos o Sr.ª Sócrates em entrevista a SIC a dizer aquela bela frase "Estou muito satisfeito comigo” que penso que com ela diz tudo sobre a pessoa e o seu carácter e a mim pessoalmente me dá vontade de dizer umas quantas asneiras e de o mandar a uns certos sítios.

 

"Não me F..., ó Zé. Com um país a sangrar, com o desemprego a crescer, com as fábricas a fechar, com alguns portugueses já a passarem fome, com a saúde cada vez mais cara, com a escola cada vez mais difícil, com os mesmos de sempre a pagar os desvarios dos ladrões do costume, como é que tens a lata de vir dizer para os microfones que cometeste alguns erros, nomeadamente, que devias ter dado mais dinheiro à cultura?
É por idiotices, F...P... e hipocrisias dessas que nas últimas eleições os resultados foram o que foram, mas dá-me ideia que do alto da estupidez arrogante de que fazes gala, apesar de ultimamente cada vez que aparece um microfone faças do humilde uma palavra chave e apesar de nós sabermos perfeitamente que de humilde nada tens e não passas de um vaidoso de M..., ainda não digeriste muito bem que a malta está fartinha de ti até à ponta dos cabelos...
Arrepia caminho, pá. Perante este tipo de afirmações, sem te rires, a malta até fica a pensar que estás a falar a sério. Mas não mudes agora que bem sabemos que és um falso e só o fazes porque corres o risco de ser outra vez enxovalhado, sejam quais forem as eleições. A sério, sê homenzinho e vai à tua vida e, já agora, como diria uma amiga, apalpa-me as mamas. É que eu, quando me estão a F...., também gosto que me apalpem as mamas...
Como se diz lá na aldeia, quem te desse com um gato morto nas trombas até ele miar. E isso ao som dos Xutos, "não tenho eira nem beira, mas ainda consigo ver, quem anda na roubalheira e quem me anda a F...". Se até os senhores comendadores conseguem ver isso, qual é a dificuldade?
A gente vê-se por aí..."

Mais nada!!!!!!!!!!!!!!!!!!

publicado por beenblog às 02:24
música: Uma qualquer dos Xutos
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18
Jun 09

A isto se pode chamar o cumulo do azar e o de ultrapassar todos os limites de burrice que possam existir.

Como dizem os Brasileiros só dá para rir mesmo!!!!!!

 

publicado por beenblog às 18:31
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01
Jun 09

Tem tanto de cómico como de triste vermos Futuros "Doutores" a darem respostas destas se ainda fosse na Primária ou vá lá no Secundário ainda se poderia admitir agora já na Faculdade e em provas que se calhar muitas delas já em final de curso ou seja depois de andarem já a 14 ou 15 anos a estudar é triste e preocupante ver o estado em que esta a nossa Educação tanto a nível de alunos como que professores tiveram estes alunos para darem estas respostas bem como a terceira parte que muitas vezes é esquecida que é a dos Pais que deveriam de uma vez por outra sondar o nível de aprendizagem dos filhos.


Oral da cadeira de Anatomia do curso de medicina
Prof: Descreva o fígado.
Aluno: Os fígados...
Prof: Os fígados??!! Quantos são?
Aluno: Dois. Direito e esquerdo!
Oral da cadeira de psicologia do curso de medicina
- Onde se localiza o centro de inteligência...? (área do córtex cerebral)
- Nos Estados Unidos da América.
Curso de Segurança Social, numa universidade privada lisboeta.
- Diga-me lá porque é que a taxa de natalidade é menor nos países desenvolvidos.
- Porque se trabalha mais do que nos países subdesenvolvidos.
- Ai sim?
- E tem-se menos tempo.
- Menos tempo para quê?
- (o aluno, hesitante e já embaraçado) Menos tempo para fazer amor.
Oral na Faculdade de Medicina de Coimbra
- Minha senhora, diga-me, por favor, qual é o órgão do corpo humano que dilata até sete vezes o seu tamanho normal. A aluna retorce-se, transpira, cora indecentemente. Decide mesmo recusar-se a responder à pergunta. Numa sucessão de respostas infelizes a outras questões, acaba por chumbar. Na oral imediatamente seguinte, o professor resolve insistir na pergunta.
- Minha senhora, qual é o órgão do corpo humano que dilata até sete vezes o seu tamanho normal?
- (a aluna, respondendo prontamente) É a íris, senhor professor.
- (O examinador, com um sorriso largo) Por favor, diga à sua colega que vai ter muitas desilusões ao longo da vida.
Exame numa universidade privada, em Lisboa
- Dê-me um exemplo de um mito religioso.
- Um mito religioso? Sancho Pança.
(estupefacto, o professor pede ao aluno para este escrever o que acabou de dizer. O aluno escreve no papel: "S. Xupanssa").
Prova oral da cadeira de Direito Constitucional, numa Universidade privada de Lisboa.
- O que aconteceu no 25 de Abril foi o início do regime autoritário salazarista. Mas quem subiu ao poder foi o presidente do então PSD, Álvaro Cunhal, que viria a falecer em circunstâncias misteriosas no acidente de Camarate.
- Quais são as batalhas mais importantes da história portuguesa?
- Antes de mais, senhor doutor, a batalha de Alves Barrota.
O exame terminou aqui.
Num instituto superior da capital, 1º ano de Relações Internacionais.
A cadeira é Ciência Política. O professor é um distinto deputado à Assembleia da República. A aluna, com rara convicção, explica ao examinador tudo o que se passou no 25 de Abril de 1974: "A revolução de 74 significou a queda de um regime militar dominado pelo almirante Américo Tomás e pelo marechal Marcelo Caetano, que governava o país depois de deposto o último rei de Portugal, Oliveira Salazar. O 25 de Abril foi uma guerra entre dois marechais: o marechal Spínola e o marechal Caetano". Obviamente, chumbou.
Outra versão, ainda mais criativa, desta vez numa Universidade privada de Lisboa, no 3ºano de Relações Internacionais.
- Descreva-me brevemente o que foi o 25 de Abril de 1974.
- Foi um golpe levado a cabo pelos militares, liderados por Salazar, contra Marcelino Caetano.
- (o professor, já disposto a divertir-se) E como enquadra o processo de descolonização nesse contexto?
- Bem, a guerra em África acabou quando Sá Carneiro, que, entretanto subiu ao poder, assinou a paz com os líderes negros moderados. Foi por causa disso que ele e esses líderes morreram todos em Camarate.
- Já agora, pode dizer-me quem era o presidente da República Portuguesa antes de 1974?
- Samora Machel.
Conta quem assistiu à oral que o professor quase agrediu a aluna.
Uma professora de Direito Constitucional numa universidade privada do Porto questiona o aluno sobre a Constituição de 1933. Esta consagra a impossibilidade de os descendentes da casa de Bragança se candidatarem à presidência da República.
- "Diga-me lá porque é que D. Duarte, segundo a Constituição portuguesa de 1933, não poderia candidatar-se à presidência da república?".
- "Porque ele é actualmente o presidente português".
Noutra resposta à mesma pergunta, que esta professora recebeu:
- "Porque vivemos num sistema monárquico".
Numa outra prova oral de Direito Constitucional, o examinador pergunta ao aluno:
- Quem substitui o presidente Jorge Sampaio em caso de impossibilidade temporária deste?
- A mulher dele, a Maria José Ritta.
Uma universidade privada em Lisboa, 1997. A correcção manda que se diga que "as leis são emanadas pela Assembleia da República".
Discorrendo sobre o processo legislativo, um aluno responde que "as leis vêm em manadas da Assembleia da República".
1º e 2º ano do curso de Relações Internacionais, numa universidade privada de Lisboa. 1988/1996. Algumas preciosidades.
- Quem é o actual presidente dos Estados Unidos?
- O Perez Troika.
- Paris é a capital de que país?
- Bruxelas.
- Quando foi a Revolução Liberal em Portugal?
- Em 1640.
- Diga-me, por favor, o que é a Nato.
- É a Organização do Tratado do Atlântico Norte.
- E a OTAN?
- (o examinado, depois de pensar demoradamente) Bem, aí a doutrina divide-se.
- Então diga-me lá qual era o nome próprio de Hitler?
- Heil.
- Minha senhora, em que época histórica situa Adolfo Hitler?
- No século XVIII, senhor professor.
- Tem a certeza?
- Não! Desculpe. No século XVII.
- Quem foi o grande impulsionador do nazismo?
- (o aluno, rápido e incisivo) O Fura João Hitler.
- O "Fura".
- Sim. É a designação hierárquica de Hitler.

Numa outra oral. Cadeira de História das Ideias Políticas e Sociais.
- Qual é a obra de fundo de Adolfo Hitler?
- É a Bíblia alemã.
- Pode dizer-me o que é um genocídio?
- É a morte dos genes.
- Como?
- É a morte dos genes e dos fetos.
Cadeira de Direito Internacional Público, uma universidade privada do Porto.
O professor, desesperado com a vacuidade das respostas de certo aluno em orais da especialidade, resolve tentar ajudar, recorrendo à geografia. Questionado sobre a localização da Escandinávia, o aluno responde que fica algures na Ásia. O examinador, rendido, brinca agora.
- Podemos então passar a chamar-lhe Escandinásia.
- Se calhar, senhor doutor.
- Não sabe que a Escandinávia fica na Europa?
- Pois é, tem razão!
- E fica a Norte ou a Sul?
- A sul.
- E sabe apontar-me alguma característica dos escandinavos?
- (o aluno, depois de longa pausa) Bem, eu acho que eles não são pretos

publicado por beenblog às 22:35
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31
Mai 09

Recordista em processos em tribunal entra com acção contra o Guinness

 

Considerada a pessoa que mais recorreu aos tribunais, o norte-americano Jonathan Lee Riches decidiu processar o Guinness. Ele quer que o livro dos recordes pare de citar o seu nome, segundo o jornal americano “Spokesman Review”.

 

 

Chamado de “Zeus das acções judiciais” e de “Johnny Sue-nami” (trocadilho em inglês entre as palavras processo e tsunami), Riches entrou com o processo na semana passada contra o Guinness, apesar de estar preso acusado de fraude e conspiração.

 

Ele alega que, até hoje, já apresentou mais de 4 mil acções em todo o mundo. “Eu tenho tantos processos assinados com a minha caneta e mão direita, que tenho artrite nos meus dedos, dormência nos meus pulsos”, escreveu ele na sua última acção.

 

No seu currículo, Riches já apresentou acções contra Platão, Nostradamus, a equipa de futebol americano New England Patriots, o ex-presidente dos EUA George W. Bush, Britney Spears, monges budistas, o Lincoln Memorial e a Torre Eiffel.

 

Quando sair da cadeia, ele afirmou que pretende abrir uma loja para ensinar as pessoas a recorrer aos tribunais sem a necessidade de um advogado. No entanto Riches vai ter que esperar até 2012, quando termina a sua pena.

 

Fonte: Spokesman Review

publicado por beenblog às 17:37
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24
Mai 09

Sabiam que o voto em BRANCO é o mais eficiente?????


SE VOTAREM EM BRANCO, ou seja, se não escreverem absolutamente nada no boletim de voto, é muito mais eficiente do que riscá-lo.

Nenhum politico fala nisto... porquê?????????

Porque se a maioria da votação for de votos em branco eles são obrigados a anular as eleições e fazer novas, mas com outras pessoas diferentes nas listas.

Imaginem só a bronca.......:::::)))))))))

A legislação eleitoral tem esta opção para correr com quem não nos agrada, mas ninguém fala disso.

Não risquem os votos, porque serão anulados e não contam para nada.

VOTEM EM BRANCO......!!!!!!!!!!!!!!

A maioria de votos em BRANCO anula as eleições..... e demonstra que não queremos ESTES políticos!!!

Espalhem para se obter a maioria e para que outros não a obtenham de novo uma maioria pelos perigos que isso representa para a nossa frágil Democracia como se tem constactado nos ultimos tempos.

publicado por beenblog às 20:42
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19
Mai 09

Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não se esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo. Só você pode evitar que ela vá à falência. Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por você.

É importante que você sempre se lembre de que ser feliz não é ter um céu sem tempestades, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem decepções. Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.

Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza. Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos. Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz não é uma fatalidade do destino, mas uma conquista de quem sabe viajar para dentro do seu próprio ser.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. É beijar os filhos, curtir os pais e ter momentos poéticos com os amigos, mesmo que eles nos magoem.

Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de você. É ter maturidade para falar: "eu errei". É ter ousadia para dizer "me perdoe". É ter sensibilidade para confessar: "eu preciso de você".

Ser feliz é ter a capacidade de dizer "eu te amo".

Desejo que a vida seja um canteiro de oportunidades para você...
Que nas suas primaveras você seja amante da alegria. Que nos seus invernos seja amigo da sabedoria. E, quando você errar o caminho, recomece tudo de novo. Pois assim você será cada vez mais apaixonado pela vida. E descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita, mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Aproveitar as perdas para refinar a paciência, as falhas para esculpir a serenidade. Usar a dor para lapidar o prazer e os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.

Jamais desista de si mesmo. Jamais desista das pessoas que você ama. Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um espetáculo imperdível. Porque você, você é especial!

Pessoas especiais sabem dividir seu tempo com os outros. São honestas nas atitudes, são sinceras e compassivas, e sabem que o amor é parte de tudo.

Pessoas especiais têm coragem de se doar aos outros, sem nenhum interesse oculto. Não têm medo de ser vulneráveis, acreditam que são únicas e gostam de ser quem são. Pessoas especiais se importam com a felicidade dos outros e os ajudam a conquistá-la.

Pessoas especiais são aquelas que realmente tornam a vida mais bela e mais feliz.

publicado por beenblog às 03:48
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10
Abr 09
Um exelente texto da Clara Ferreira Alves sobre a Europa e não só.

Os homens europeus descem sobre Marrocos com a missão de recrutar mulheres. Nas cidades, vilas e aldeias é afixado o convite e as mulheres apresentam-se no local da selecção. Inscrevem-se, são chamadas  e inspeccionadas como cavalos ou gado nas feiras. Peso, altura, medidas, dentes e cabelo, e qualidades genéricas como força, balanço, resistência. São escolhidas a dedo, porque são muitas concorrentes para poucas vagas. Mais ou menos cinco mil são apuradas em vinte e cinco mil. A selecção é impiedosa e enquanto as escolhidas respiram de  alívio, as recusadas choram e arrepelam-se e queixam-se da vida. Uma foi recusada porque era muito alta e muito larga.São todas jovens, com menos de 40 anos e com filhos pequenos. Se tiverem mais de 50 anos são demasiado velhas e se não tiverem filhos são demasiado perigosas. As mulheres escolhidas são embarcadas e descem por sua vez sobre o Sul de Espanha, para a apanha de morangos. É uma actividade pesada, muitas horas de labuta para um salário diário de 35 euros. As mulheres têm casa e comida, e trabalham de sol a sol.É assim durante meses, seis meses máximo,  ao abrigo do que a Europa farta e  saciada que vimos reunida em Lisboa chama  Programa de Trabalhadores  Convidados. São  convidadas apenas as mulheres novas com filhos pequenos,  porque  essas, por causa dos filhos, não fugirão nem tentarão ficar na Europa. As estufas de morangos de Huelva e Almería, em  Espanha,  escolheram-nas  porque elas são prisioneiras e reféns da família que deixaram para trás.  Na Espanha socialista, este programa de recrutamento tão imaginativo, que faz lembrar as pesagens e apreciações a olho dos atributos  físicos dos escravos  africanos no tempo da escravatura, olhos, cabelos, dentes, unhas, toca a trabalhar,  quem dá mais, é considerado pioneiro e  chamam-lhe programa de 'emigração ética'.Os nomes que os europeus arranjam para as suas patifarias e para sossegar as consciências são um modelo. Emigração ética, dizem eles.Os homens são os empregadores. Dantes, os homens eram contratados para este trabalho. Eram tão poucos os que regressavam  a África e tantos os que ficavam sem papéis na Europa que alguém se lembrou deste truque de recrutar mulheres para a apanha do morango. Com menos de 40 anos e filhos pequenos.As que partem ficam tristes de deixar o marido e os filhos, as que ficam tristes ficam por terem sido recusadas. A culpa de não poderem ganhar o sustento pesa-lhes sobre a cabeça. Nas famílias alargadas dos marroquinos, a sogra e a mãe e as  irmãs substituem a mãe mas, para os filhos, a separação constitui uma crueldade. E para as mães também. O recrutamento fez deslizara responsabilidade de ganhar a vida e o pão dos ombros dos  homens,desempregados perenes, para os das mulheres, impondo-lhes uma humilhação e uma privação.Para os marroquinos, árabes ou berberes, a selecção e a separação são ofensivas, e engolem a raiva em silêncio. Da Europa, e de Espanha, nem bom vento nem bom casamento. A separação faz com que muitas mulheres encontrem no regresso uma rival nos amores do marido.Que esta história se passe o século XXI e que achemos isto normal, nós europeus, é que parece pouco saudável. A Europa, ou os burocratas europeus que vimos nos Jerónimos tratados como animais de luxo, com os seus carrões de vidros fumados, os seus motoristas, as suas secretárias, os seus conselheiros e assessores, as suas legiões de servos, mais os banquetes e concertos, interlúdios e viagens, cartões de crédito e milhas de passageiros frequentes, perdeu, perderam, a vergonha e a ética. Quem trata assim as mulheres dos outros jamais trataria assim as suas.Os construtores da Europa, com as canetas de prata que assinam tratados e declarações em cenários de ouro, com a prosápia de vencedores, chamam à nova escravatura das mulheres do Magreb 'emigração ética'. Damos às mulheres 'uma oportunidade', dizem eles. E quem se preocupa com os filhos?Gostariam os europeus de separar os filhos deles das mães durante seis meses? Recrutariam os europeus mães dinamarquesas ou suecas, alemãs ou inglesas, portuguesas  ou espanholas, para irem durante seis meses apanhar morango? Não. O método de recrutamento seria considerado vil,uma infâmia social. Psicólogos e institutos, organizações e ministérios  levantar-se-iam contra a prática desumana e vozes e comunicados levantariam  a questão da separação das mães dos filhos numa fase crucial da infância. Blá,  blá, blá. O processo de selecção seria considerado indigno de uma  democracia ocidental. O pior é que as democracias ocidentais tratam muito  bem de si mesmas e muito   mal dos outros, apesar de querem exportar o  modelo e estarem muito preocupadas com os direitos humanos.  Como é possível fazermos isto às   mulheres? Como é possível instituir uma separação entre trabalhadoras válidas, olhos, dentes, unhas, cabelo, e  inválidas?Alguns dos filhos destas mulheres lembrar-se-ão.Alguns dos filhos destas mulheres serão recrutados pelo Islão.
Esta Europa que se presume de humana e humanista, às vezes mete nojo.

publicado por beenblog às 15:57
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12
Mar 09


Portugal, País de grandes tradições e brandos costumes... pelo menos é o que muitos pensam ser verdade... até abrirem os olhos.

Para quem não é de cá, ou não sabe o que são os "ajustes directos", eu explico. Como gastar o dinheiro público é uma coisa que deve ser feita com muita responsabilidade, a maior parte dos fornecedores das entidades públicas é seleccionada por concurso público, onde vários fornecedores apresentam a sua melhor proposta, sendo depois escolhida a "melhor" em função de vários critérios (preço mais barato, serviços apresentados, etc.)

No entanto, como se imagina, isto é impraticável de ser feito para tudo o que uma câmara municipal, faculdade, universidade, etc. tenha que comprar. E portanto, há coisas que são compradas directamente, a quem eles muito bem entenderem... e aparentemente, ao preço que muito bem lhes apetecer!

E finalmente, graças ao portal da transparência , podemos ver finalmente onde e como esse dinheiro é gasto.

Agora, expliquem-me, porque eu devo estar a ver mal, como é que se justifica:

1) gastar mais de 10.000,00 euros num GPS para um instituto público como o ISEP - quando nos dizem que não há dinheiro para baixar as propinas aos alunos.

2) Aquisição de:1 armário persiana; 2 mesas de computador; 3 cadeiras c/rodízios, braços e costas altas - pela módica quantia de 97.560,00 EUROS (!!!)

3) Em Vale de Cambra, vai-se mais longe... e se pensam que o Ferrari do Cristiano Ronaldo é caro, esperem para ver quanto custa um autocarro de 16 lugares para as crianças : 2.922.000,00 €

É isso mesmo: quase 3 milhões de euros???

4) No Alentejo, as reparações de fotocopiadoras também não ficam baratas:
Reparação de 2 Fotocopiadores WorkCentre Pró 412 e Fotocopiador WorkCentre PE 16 do Centro de Saúde de Portel:45.144,00 €
5) Ao menos em Alcobaça, a felicidade e alegria as crianças fala mais alto: 8.849,60€ para a Concentra em brinquedos para os filhos dos funcionários da câmara!

Crianças... se não receberam uma Nintendo Wii no Natal, reclamem ao Pai Natal, porque alguém vos atrofiou o esquema!

6)
Mas voltemos ao Alentejo, onde - por uns meros 375.600,00 Euros se podem adquirir: "14 módulos de 3 cadeiras em viga e 10 módulos de 2 cadeiras em viga"

Ora... 14x3 + 10x2 = 62 cadeiras... a 375.600,00 euros dá um custo de...6.058,00 Euros por cadeira!

Mas, pensando bem, num país onde quem precisa de ir a um hospital passa mais tempo sentado à espera do que a ser atendido - talvez justifique investir estes montantes no conforto dos utentes...

7)
Em Ílhavo, a informática também está cara, 3computadores e mais uns acessórios custam 380.666,00 €

Sem dúvida, uns supercomputadores para a Câmara Municipal conseguir descobrir onde andam a estourar o orçamento.

8) Falando em informática, se se interrogam sobre o facto da Microsoft ser tão amiga do nosso País, e de como o Bill Gates é/era o homem mais rico do mundo... é fácil quando se olham para as contas: Renovação do licenciamento do software Microsoft: 14.360.063,00 €

Já diz o ditado popular: Dezena de milhão a dezena de milhão, enche a Microsoft o papo!

(Já agora, isto dava para quantas reformas de pessoas que trabalharam uma vida inteira

9
) Mas, para acabar em pleno, cagar na capital fica caro meus amigos! A Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa gastou 5.806,08 € em 9072 rolos de papel higiénico ! Ora, uma pesquisa rápida pela net revelou-me que no Jumbo facilmente encontro rolos de papel higiénico (de folha dupla, pois claro! - pois não queremos tratar indignamente os rabos dos nossos futuros doutores) por cerca de 0,16 Euros a unidade...

Mas na Faculdade de Letras, aparentemente isso não é suficiente, e o melhor que conseguiram foi um preço de 0,64 Euros a unidade!

É "apenas" quatro vezes mais do que qualquer consumidor consegue comprar - e sem sequer pensarmos no factor de "descontos" para tais quantidades industriais.

Num País minimamente decente, eu deveria poder exigir que me devolvessem o valor pago em excesso, não?

Mandava o link para a Faculdade de Letras de Lisboa, e exigia que me devolvessem os 4.000 e tal euros pagos a mais. (Se comprassem no Jumbo, teriam pago apenas 1.451 euros pelo mesmo número de rolos de papel higiénico.)

Ó MEUS AMIGOS.... como é que é possível justificarem estas situações? Que, como se pode imaginar, não são as únicas. Se continuasse a pesquisar nunca mais parava - como por exemplo, os mais de 650 mil euros gastos em vinho tinto e branco em Loures . Leitores de Loures, não têm por aí nada onde estes 650 mil euros fossem melhor empregues???

É preciso ser doutor, ou engenheiro, ou ministro, ou criar uma comissão de inquérito, para perceber como o dinheiro dos nossos impostos anda a ser desperdiçado?

Isto até me deixa doente... é mesmo deitar o dinheiro pela retrete abaixo (literalmente, no caso da Faculdade de Letras de Lisboa!)

Querem mais? Divirtam-se no portal da transparência !

Sugestões de pesquisa: viagens, viaturas, Natal...

Outros candidatos a roubalheira do ano:

"
Projecto tempus - viagem aérea Faro / Zagreb e regresso a Faro para 1 pessoa no período de 3 a 6 de Dezembro de 2008" - 33.745,00 euros .

"Aluguer de iluminação natalícia para arruamentos na cidade de Estremoz" - 1.915.000,00 euros

"
Aluguer de tenda para inauguração do Museu do Castelo de Sines" - 1.236.500,00 euros

"
6 kit de mala piaggio Fly para as motorizadas do sector de águas" - 106.596,00 euros (Por este valor compravam 6 automóveis, todos equipados, e ainda sobrava dinheiro!)

O misterioso caso do "Router de 400 euros comprado por 35.000,00 Euros "

publicado por beenblog às 02:36

20
Nov 08

Tal como muita gente por esse mundo a fora esperava a vitória nas eleições Americanas do Barack Obama e felizmente tal aconteceu e entre várias coisas que li encontri este belo texto do Mia Couto (mais um) no Jornal  "Savana".

 

E se Obama fosse africano?

  

Por Mia Couto

   

Os africanos rejubilaram com a vitória de Obama. Eu fui um deles. Depois de uma noite em claro, na irrealidade da penumbra da madrugada, as lágrimas corriam-me quando ele pronunciou o discurso de vencedor. Nesse momento, eu era também um vencedor. A mesma felicidade me atravessara quando Nelson Mandela foi libertado e o novo estadista sul-africano consolidava um caminho de dignificação de África.

 

Na noite de 5 de Novembro, o novo presidente norte-americano não era apenas um homem que falava. Era a sufocada voz da esperança que se reerguia, liberta, dentro de nós. Meu coração tinha votado, mesmo sem permissão: habituado a pedir pouco, eu festejava uma vitória sem dimensões. Ao sair à rua, a minha cidade se havia deslocado para Chicago, negros e brancos respirando comungando de uma mesma surpresa feliz. Porque a vitória de Obama não foi a de uma raça sobre outra: sem a participação massiva dos americanos de todas as raças (incluindo a da maioria branca) os Estados Unidos da América não nos entregariam motivo para festejarmos.

 

Nos dias seguintes, fui colhendo as reacções eufóricas dos mais diversos recantos do nosso continente. Pessoas anónimas, cidadãos comuns querem testemunhar a sua felicidade. Ao mesmo tempo fui tomando nota, com algumas reservas, das mensagens solidárias de dirigentes africanos. Quase todos chamavam Obama de "nosso irmão". E pensei: estarão todos esses dirigentes sendo sinceros? Será Barack Obama familiar de tanta gente politicamente tão diversa? Tenho dúvidas. Na pressa de ver preconceitos somente nos outros, não somos capazes de ver os nossos próprios racismos e xenofobias. Na pressa de condenar o Ocidente, esquecemo-nos de aceitar as lições que nos chegam desse outro lado do mundo.

 

Foi então que me chegou às mãos um texto de um escritor camaronês, Patrice Nganang, intitulado: "E se Obama fosse camaronês?". As questões que o meu colega dos Camarões levantava sugeriram-me perguntas diversas, formuladas agora em redor da seguinte hipótese: e se Obama fosse africano e concorresse à presidência num país africano? São estas perguntas que gostaria de explorar neste texto.

 

E se Obama fosse africano e candidato a uma presidência africana?

 

1. Se Obama fosse africano, um seu concorrente (um qualquer George Bush das Áfricas) inventaria mudanças na Constituição para prolongar o seu mandato para além do previsto. E o nosso Obama teria que esperar mais uns anos para voltar a candidatar-se. A espera poderia ser longa, se tomarmos em conta a permanência de um mesmo presidente no poder em África. Uns 41 anos no Gabão, 39 na Líbia, 28 no Zimbabwe, 28 na Guiné Equatorial, 28 em Angola, 27 no Egipto, 26 nos Camarões. E por aí fora, perfazendo uma quinzena de presidentes que governam há mais de 20 anos consecutivos no continente. Mugabe terá 90 anos quando terminar o mandato para o qual se impôs acima do veredicto popular.

 

2. Se Obama fosse africano, o mais provável era que, sendo um candidato do partido da oposição, não teria espaço para fazer campanha. Far-Ihe-iam como, por exemplo, no Zimbabwe ou nos Camarões: seria agredido fisicamente, seria preso consecutivamente, ser-Ihe-ia retirado o passaporte. Os Bushs de África não toleram opositores, não toleram a democracia.

 

3. Se Obama fosse africano, não seria sequer elegível em grande parte dos países porque as elites no poder inventaram leis restritivas que fecham as portas da presidência a filhos de estrangeiros e a descendentes de imigrantes. O nacionalista zambiano Kenneth Kaunda está sendo questionado, no seu próprio país, como filho de malawianos. Convenientemente "descobriram" que o homem que conduziu a Zâmbia à independência e governou por mais de 25 anos era, afinal, filho de malawianos e durante todo esse tempo tinha governado 'ilegalmente". Preso por alegadas intenções golpistas, o nosso Kenneth Kaunda (que dá nome a uma das mais nobres avenidas de Maputo) será interdito de fazer política e assim, o regime vigente, se verá livre de um opositor.

 

4. Sejamos claros: Obama é negro nos Estados Unidos. Em África ele é mulato. Se Obama fosse africano, veria a sua raça atirada contra o seu próprio rosto. Não que a cor da pele fosse importante para os povos que esperam ver nos seus líderes competência e trabalho sério. Mas as elites predadoras fariam campanha contra alguém que designariam por um "não autêntico africano". O mesmo irmão negro que hoje é saudado como novo Presidente americano seria vilipendiado em casa como sendo representante dos "outros", dos de outra raça, de outra bandeira (ou de nenhuma bandeira?).

 

5. Se fosse africano, o nosso "irmão" teria que dar muita explicação aos moralistas de serviço quando pensasse em incluir no discurso de agradecimento o apoio que recebeu dos homossexuais. Pecado mortal para os advogados da chamada "pureza africana". Para estes moralistas – tantas vezes no poder, tantas vezes com poder - a homossexualidade é um inaceitável vício mortal que é exterior a África e aos africanos.

 

6. Se ganhasse as eleições, Obama teria provavelmente que sentar-se à mesa de negociações e partilhar o poder com o derrotado, num processo negocial degradante que mostra que, em certos países africanos, o perdedor pode negociar aquilo que parece sagrado - a vontade do povo expressa nos votos. Nesta altura, estaria Barack Obama sentado numa mesa com um qualquer Bush em infinitas rondas negociais com mediadores africanos que nos ensinam que nos devemos contentar com as migalhas dos processos eleitorais que não correm a favor dos ditadores.

 

Inconclusivas conclusões

 

Fique claro: existem excepções neste quadro generalista. Sabemos todos de que excepções estamos falando e nós mesmos moçambicanos, fomos capazes de construir uma dessas condições à parte.

 

Fique igualmente claro: todos estes entraves a um Obama africano não seriam impostos pelo povo, mas pelos donos do poder, por elites que fazem da governação fonte de enriquecimento sem escrúpulos.

 

A verdade é que Obama não é africano. A verdade é que os africanos - as pessoas simples e os trabalhadores anónimos - festejaram com toda a alma a vitória americana de Obama. Mas não creio que os ditadores e corruptos de África tenham o direito de se fazerem convidados para esta festa.

 

Porque a alegria que milhões de africanos experimentaram no dia 5 de Novembro nascia de eles investirem em Obama exactamente o oposto daquilo que conheciam da sua experiência com os seus próprios dirigentes. Por muito que nos custe admitir, apenas uma minoria de estados africanos conhecem ou conheceram dirigentes preocupados com o bem público.

 

No mesmo dia em que Obama confirmava a condição de vencedor, os noticiários internacionais abarrotavam de notícias terríveis sobre África. No mesmo dia da vitória da maioria norte-americana, África continuava sendo derrotada por guerras, má gestão, ambição desmesurada de políticos gananciosos. Depois de terem morto a democracia, esses políticos estão matando a própria política. Resta a guerra, em alguns casos. Outros, a desistência e o cinismo.

 

Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos: é lutar para que mais bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente. É lutar para que Obamas africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas as etnias e raças, vencermos com esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia.

   

 

 

Jornal "SAVANA" – 14 de Novembro de 2008

publicado por beenblog às 23:06
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Out 08

 

 

Testemunho de um professor

 

"Sou coordenador TIC do meu Agrupamento de Escolas e fui convocado

 para me deslocar ao parque tecnológico de Cantanhede para receber

 formação sobre o tão propalado portátil Magalhães. Lá fui eu para dois

 dias de trabalho, cujo programa era, em 90%, composto pela expressão «

 jornada de trabalho com a Intel»:

 

Hoje estou aqui para relatar aquilo que se passou naqueles dois dias,

 e se o estou a fazer, é porque algo de relevante se passou.

 

Pelas reacções que tinha lido nos fóruns relativamente às mesmas

 sessões de Porto e Lisboa, já ia a contar que aquilo não seria o que

 eu esperava; mas longe de mim imaginar que iria assistir a uma coisa

 absolutamente surreal.

 

Primeira nota triste do evento: a organização distribuiu «pen drives»

 de um Gb, oferta da Intel contendo toda a documentação. Acontece que

 tinham umas 100 unidades para dar a 200 pessoas. Claro que metade

 (incluindo eu) ficámos a ver navios, havendo dignos colegas que se

 assambarcaram de duas ou mais, facto que também não me causa qualquer

 espanto. Mas para a Organização tratou-se de mais uma normalidade!

 Comecemos pela manhã de Quinta-feira, onde fomos levados, em grupos,

 para pequenas salas do complexo, onde supostamente nos iriam ser dadas

 directrizes relativamente ao Magalhães e às suas potencialidades em

 contexto educativo, para nós transmitirmos aos professores do 1º

 ciclo. Aliás, esse deveria ter sido o grande objectivo deste encontro;

 recebermos formação para a replicar junto das escolas envolvidas.

 

Ao invés disso, e para ser muito mais sucinto do que gostaria nesta

 crónica, somos brindados com apresentações de powerpoints em

 português, lidas em Inglês com sotaque russo, traduzido por senhoras

 contratadas para o efeito, como se nunca tivéssemos ouvido uma palavra

 em Inglês na vida e como se isso fosse o entrave à formação. Num

 parque dito tecnológico, as redes funcionavam mal ou não funcionavam,

 ninguém sabia ligar, o senhor russo ia ironizando como se estivesse

 num país de 3º mundo e a senhora tradutora ia tentando fazer a uma

 espécie de ponte entre surdos mudos. A seguir, mais um estrangeiro

 qualquer a debitar informação em inglês sobre um powerpoint em

 português e depois apareceu um brasileiro (ena!!! Um brasileiro!!!)

 mas que nada de útil nos transmitiu.

 

Ou seja, depois de uma manhã onde absolutamente ninguém aprendeu nada

 de útil sobre os Magalhães que qualquer jeitoso de informática não

 domine, ninguém imaginava que o pior estava para vir.

 

Eis que pelas 14 horas iria começar uma das melhores sessões de circo

 a que os meus olhos assistiram até hoje. O speaker de serviço que

 ostentava na lapela uma identificação de uma empresa que não conheço,

 mas que nem era do ME nem da Intel nem da JP Sá Couto, apresentou as

 três senhoras que tinham vindo expressamente dos States, com chancela

 da Intel, para nos brindarem com uma sessão de trabalho inolvidável.

 

Eis que aparecem 3 senhoras com ar de quem está reformado há 20 anos,

 nos EUA, mas que em Portugal estariam no auge da carreira. Depois das

 simpatias ao país e de demonstrar que nada de útil iriam transmitir,

 resolveram propor aquilo que as trouxe ao, pensam elas, Burkina Fasso

 da Europa. Desde logo me demarquei e senti vontade de abandonar a

 sessão, mas os colegas... ah e tal... esquece isso... e tal.... Não te

 enerves... isto é sempre assim... e tal! Continuei a assistir e a

 incredulidade ia aumentando.

 

Aquelas 3 senhoras, acham que uma sessão de trabalho com a Intel é

 propor a 200 professores que inventem uma cantiga ao Magalhães, e se

 possível com teatro à mistura. Como eu e mais alguns colegas (muito

 poucos) mostrámos alguma estupefacção pelo que se estava a passar, uma

 das senhoras americanas apressou-se a dizer, bem alto e em tom

 ameaçador, que quem não participasse não seria incluído no sorteio de

 um Magalhães que iriam oferecer.

 

E, meus caros leitores, era ver 200 professores imbuídos naquela

 actividade com todo o afinco; sei que muitos grupos trabalharam online

 pela noite dentro e ao outro dia de manhã, os meus olhos ficaram

 estarrecidos com a produção apresentada. O desfile dos «trabalhos»,

 (era assim que lhe chamavam) começou, e desde o malhão do Magalhães,

 até à vida de marinheiro do magalhães, passando por coreografias com

 adereços circenses, tudo de «útil» passou por aquele palco, até as

 náuseas me obrigarem a sair. Apenas voltei a entrar para ir junto da

 senhora que tinha o saquinho das senhas para o sorteio e dizer-lhe que

 não iria colocar lá o meu papelinho.

 

Conclusão: à bela maneira dos professores portugueses, que são exímios

 na arte de obedecer, mesmo não concordando, e na arte de produzir

 conteúdos, ainda que lúdicos (pena ter sido num contexto absurdo),

toda a gente parecia achar aquilo ridículo, mas apenas eu e o meu

 amigo Paulo Pereira resolvemos sair e mostrar a nossa indignação a uma

 senhora da DREC que, educadamente, tal como eu na abordagem que lhe

 fiz, esgrimiu as fundamentações para aquelas «sessões de trabalho com

 a Intel».

 

Salvou-se a Microsoft e a Caixa Mágica que, na sexta à tarde, nos

 mostraram, finalmente, algo de útil; no final pedi a palavra para

 dizer que apenas aquela tarde se tinha salvo no meio das inutilidades

 que caracterizaram aqueles dois dias, o que, pasme-se, faz arrancar um

 caloroso aplauso da plateia.

 

Alguém me explique como se eu tivesse 8 anos, como é possível convocar

 200 professores para dois dias de trabalho com a Intel, com a

 apresentação do «Magalhães» em pano de fundo e, basicamente, 3

 senhoras americanas, apoiadas por pessoas de... uma empresa (!),

 gastarem um dia a obrigar-nos a produzir teatrinhos e cantigas para

 miúdos de 6 anos, outro meio dia gasto com russos a lerem powerpoints

 em pseudo inglês, escritos em Português, com tradução por senhoras

 contratadas.

 

Como professor e coordenador TIC senti-me vexado nestes dois dias.

 

Aquelas senhoras devem pensar que somos um bando de imbecis e nunca

 vimos um computador na vida; tudo isto pago pela DREC, cuja Directora,

 no final, enalteceu o evento.

 

Relativamente aos meus colegas, mostraram, como sempre, que tudo são

 capazes de fazer, mesmo o ridículo, mas ficou, essencialmente, a prova

 de como não há-de o Ministério fazer de nós gato-sapato a seu

 bel-prazer!!!

 

Nota: O Magalhães é um excelente equipamento e, mesmo sem aposta na

 formação e com esta atabalhoada distribuição, julgo ser uma mais valia

 efectiva para a modernização do caquéctico ensino do 1º ciclo em

 Portugal.

publicado por beenblog às 00:07
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